Na verdade eu também não sabia que seria palestrante (risos). A gente não nasce para ser palestrante ou para ser stand up. Talvez, nascemos para ser artistas. A vida me deu a oportunidade de descobrir novos rumos e trajetórias que fazem sentido na minha existência e a minha personalidade. O Stand Up veio da mesma forma, um novo caminho que se abriu. É uma forma de expressão artística que se aproximou de mim.

Estou fazendo participações em festivais, e abrindo para algumas participações. Quando me apresentei pela primeira vez, percebi que eu precisava sentir mais dessa nova sensação.

Como artista empreendedora, vou estrear meu stand up como se eu estivesse no mesmo avião, porém em outra janela. Eu acho que isso é a vida! Saber que você está em um grande avião e perceber que possui várias janelas para se observar uma nova experiência de diferentes ângulos.

Eu sempre falo que sei onde estou, mas não sei onde estarei! As coisas mudam rapidamente, tudo está em constante transformação. Eu vejo que as pessoas daqui pra frente terão mais de 10 carreiras na vida. Hoje em dia precisamos ser inclusivos! É o século do você E eu, não do você OU eu.

Sou palestrante, stand up, avó, mãe, empresária e artista, entende? Nós vivemos no século do E, precisamos saber e querer experimentar de tudo um pouco. Quanto mais multiplicidade você tiver e descobrir novos talentos, você só tem a ganhar. Quanto mais caminhamos, mais aprendemos e mais nos conhecemos. Vivendo assim, me sinto mais inteira e isso é , é inteireza!

São novos desafios, novas formas de explorar tudo o que eu posso fazer na vida, novos métodos de enxergar os meus potenciais. Agir em prol do que faz sentido para nós. Sinto que essa nova experiência com o stand up e sendo atriz, está me dando mais energia, mais vontade, mais juventude, mais vitalidade e mais sonhos. Essa nova rota está fazendo com que eu me sinta mais viva.

A cada dia somos uma nova pessoa. Venho construindo e me reinventando a cada instante. Gosto muito de numerologia e ela me diz que está na hora de eu começar um novo ciclo da minha vida. Isso tem muito a ver com os projetos que estou iniciando nesta nova fase.

Posso dizer que é uma nova Leila que está aproveitando outro espaço dentro de mim, descobrindo novos lugares e novos espaços internos. E quando isso acontece é maravilhoso, pois a caminhada se torna mais solta e fluída.

Sinto como se eu fosse um rio onde a água se renova diariamente. Em contraponto, às vezes nos limitamos em nossas posições. Temos medo de voar mais alto e sair da gaiola. Não basta dizer: eu sou isso ou sou aquilo. Você é responsável pelo seu próprio protagonismo. Eu sou protagonista!

Eu enxergo o universo artístico como um espaço sem limites e isso me induz a uma sensação de mistério, e mistério é vida. Enquanto houver mistério, existe uma paixão, existe algo que motiva, excita e te faz querer levantar da cama e desbravar mundo a fora. É um mergulho no desconhecido, ampliando horizontes e as fronteiras da vida.

A minha mãe sempre foi escritora. Produzia contos, escrevia poesias e desde menina eu lia tudo. Eu mesma até uma fase da minha vida escrevia muito inspirada no modelo dela. Antes de partir, ela deixou um monólogo chamado “Nua, porém vestida” que é uma obra de arte onde enxergamos a vida com um olhar muito especial. Desde então, tive o desejo de compartilhar isso com as pessoas, buscando uma forma de colocar no palco este trabalho.

Em 2020 fizemos um trabalho excelente, tratamento dramatúrgico baseado no monólogo, concepção compartilhada e com uma estética contemporânea.

Foi uma verdadeira obra de arte, narrando a história das mulheres no mundo através do olhar poético da minha mãe.

Imagino que elas me enxergam com muita energia, visualizando que sempre estou disposta a entregar tudo de mim e afinal das contas: eu sou assim.

Enquanto existir essa vontade, quero sempre me recriar, me renascer, me transformar e me reinventar de diferentes maneiras em prol de tudo aquilo que faça sentido na minha vida.

Eu sempre apelo para que as outras pessoas vivam e vejam a vida dessa mesma forma, pois é preciso acreditar no próprio talento e abandonar o medo de ser feliz.