Na edição passada, discutimos sobre o auto-emprego como forte tendência de futuro para os profissionais qualificados. Agora, vamos abordar alguns requisitos básicos para você ser bem-sucedido como empreendedor de si mesmo.
• Conhecer-se e saber no que é bom – Penso que só faz sentido partir para o auto-emprego se for para realizar aquilo que se gosta e se tem competência para fazer. Uma coisa não pode estar separada da outra. Quem só tem competência pode ser tecnicamente bom, mas não é apaixonado – e ter paixão é fundamental para que um negócio dê certo. Já quem parte para uma atividade que apaixona só será capaz de sustentá-la se tiver competência para exercê-la.
• Ter espírito empreendedor – Numa definição simples e direta, empreender é colocar a idéia em prática. Uma vez que se tenha a idéia, é preciso definir uma meta e elaborar o plano de ação: o que é possível no futuro próximo, o que é possível num futuro distante, quais são os passos necessários e tudo o mais. Igualmente importante é declarar para o mundo o que você faz e sair em busca de clientes. Empreendedor que se preza não fica de braços cruzados, esperando o telefone tocar: é ele que vai atrás das pessoas, liga para os conhecidos, procura fazer novos contatos.
• Ser capaz de farejar oportunidades – Você precisa ser capaz de aliar o que tem a oferecer com aquilo de que as pessoas necessitam, visualizando oportunidades de mercado para o seu trabalho. Nem sempre, porém, essas oportunidades são evidentes. Aliás, é bom que nem sejam, pois fazer o que todo mundo está fazendo não agrega nada, não torna o seu trabalho especial.
• Ser hábil para criar e manter relacionamentos – A facilidade em atrair e contatar clientes pela internet é um recurso poderoso para o profissional autônomo, mas representa um risco também: o “desaprendizado” daquilo que é básico em matéria de relacionamento. Desinibição para abordar um desconhecido e iniciar uma conversa, capacidade de fazer empatia com as pessoas, sensibilidade, bom humor, gentileza e clareza na comunicação são atributos que todo empreendedor de si mesmo precisa ter bem desenvolvidos.
• Saber vender – No auto-emprego, você é o empresário e o produto. Por isso, venda-se! Você precisa saber divulgar seu trabalho no mercado, promover-se, atribuir um preço justo pelo que faz, negociar com o cliente, cobrá-lo. Se você não fizer isso, quem irá fazer? A lista de atributos para uma pessoa dar certo com o auto-emprego vai longe. Em um de meus livros, “O auto-emprego é sua carta na manga”, publicado pela Editora Saraiva, menciono vários outros, além de 100 idéias de auto-emprego. Por mais que eu me estendesse no assunto, porém, só faria reforçar um único conceito que resume tudo: o self-ownership, ou a consciência de ser responsável por si mesmo e por sua vida. Quem tem essa consciência tem o principal. Mas lembre-se: nada muda se você não mudar. Mesmo que esteja empregado e pretenda continuar assim, desenvolva o senso de autonomia e saiba que, não importa o que aconteça, poderá viver muito bem com seus talentos e competências.
Por isso é que eu digo que o auto-emprego é uma “carta na manga” nesses tempos de tantas transformações no mercado de trabalho. Agora, se você o encarar como uma opção de vida, e não uma necessidade, sua tendência será fazer o que gosta e sente-se apto a fazer… E, assim, auto-emprego torna-se um caminho para a realização pessoal.
Por Leila Navarro, palestrante.
“Leila Navarro é autora de vários livros e uma das palestrantes mais requisitadas do Brasil, ministrando palestras em todo o Brasil e na Europa.”