Zuenir Ventura , autor do livro “Inveja – Mal Secreto”, relata os resultados inusitados de uma pesquisa do IBOPE sobre os sete pecados capitais onde entrevistou 2 mil brasileiros. Os pesquisadores mostraram cartelas com os sete pecados e perguntaram quais deles o entrevistado conhecia. 73% conheciam a inveja. A inveja era o pecado mais conhecido dos brasileiros. Entretanto, 84% dos entrevistados nunca cometeram o pecado da inveja! Perguntados se percebiam que alguém os invejava, 75% responderam que sim! Oras, como pode ser isso? 84% dos brasileiros não sentem inveja, mas 75% se dizem invejados? Falta de sinceridade para consigo mesmo ou só para com o pesquisador? Talvez porque admitir-se invejoso seja humilhante, doloroso, ao passo que sentir-se invejado pode ser lisonjeador…
Perdi a conta de quantas vezes, ao terminar uma palestra em uma organização, pessoas se aproximaram de mim e perguntaram: “Leila, você não tem medo de inveja?”. “Pois o problema aqui , nesta empresa, é que tem muita gente invejosa”
“Medo de inveja?”. Normalmente eu repetia a pergunta para ter certeza se realmente eu havia entendido o questionamento.
As pessoas falam de inveja como se isso fosse uma praga, uma maldição que alguém tem o poder de lançar sobre a minha vida e me fazer perder o rumo! Mas, como sempre digo, ninguém tem o poder de mudar o seu estado de ânimo com um elogio ou uma crítica. Cada um de nós é que tem o poder de se sentir elogiado ou criticado. O mesmo acontece com a inveja.
A inveja não tem poder sobre você, a não ser que você dê poder para ela. Considero que existem dois tipos de inveja: a destrutiva e a construtiva. E as duas só têm efeito sobre quem a sente.
A inveja construtiva é quando o que o outro tem me inspira ou serve de referência para eu saber que se pode conseguir tal coisa. Já a inveja destrutiva acontece quando o que o outro tem me provoca ira e eu passo a desejar o que é do outro a qualquer preço e nivelo o “poder ter” de uma forma bastante negativa – se eu não posso, então que ele também não tenha.
Na Espanha eu conheci uma lenda que exemplifica bem o que acontece com os invejosos destrutivos:
“Muitos séculos atrás, em terras andaluzes, vivia um fazendeiro muito rico que cultivava cereais e criava gado. Para cada atividade ele tinha um capataz e ambos gozavam de total confiança de seu patrão. Depois de muitos anos de boas coletas e boas crias, o proprietário quis premiar seus capatazes pelo magnífico trabalho que haviam realizado ao longo dos anos. Sua primeira entrevista foi com Gregório, o encarregado dos campos de cultivo.
– Bom dia Gregório. Como você sabe, a vida me agraciou com muitos bens: uma boa esposa, três filhos saudáveis e muita terra produtiva. Os negócios vão muito bem e tenho muito que agradecer a você e a Olegário pelo bom trabalho que os dois têm realizado todos este anos. Por isso, quero dar um presente a cada um de vocês. Assim sendo, Gregório, peça-me o que quiser. Sinto-me tão agradecido e generoso que o que pedir será seu.
– Muito obrigado, senhor – respondeu Gregório – mas primeiro me diga, por favor, o que vai dar a Olegário?
– Homem, eu não sei. Será o que ele me pedir, mas isso dá no mesmo. O que você deseja possuir?
– Por favor, diga-me. O que o senhor vai dar a Olegário?
– Ainda não pensei, Gregório, será algo similar. Mas que importa homem? Me diga você, o que deseja?
– Por favor senhor, insistia o homem, o que vai dar ao outro?
– Está bem, Gregório. Esta pondo minha paciência à prova. Se tanto lhe incomoda o que vou dar a Olegário e, por ser tão cabeça dura e ingrato, então já resolvi: o que eu der a você darei em dobro a ele. Esta contente agora? Está bom assim para você?
– Então se é assim, senhor, por favor, me tire um olho.
Reflita sobre esta lenda, mas, enquanto isso, fique atento!
Não dê espaço para invejas destrutivas em sua vida e em sua carreira.
Aguardo seu comentário.
13 comentários em “Você já foi vítima de inveja?”
Leila, trabalho numa empresa onde a competição é sempre muito acirrada e isso gera muita inveja. Apesar da minha autoconfiança, a inveja me incomoda bastante. Gostaria de outros comentários seus sobre este assunto.
Eu acompanho sempre pelo facebook, orkut e twitter.
Obrigada e grande abraço.
Sem palavras !!!!!! Muito bom este texto . Sou seu fã Leila . Um grande abraço 🙂
Excelente reflexão, como sempre. Bom para não nos deixarmos abater nem por sentir inveja nem por causá-la nos outros.
Muito bom seu texto. Não devemos dar atenção a isso, pois se fizermos, irá nos prejudicar. Não a outra pessoa. E como você disse, não se trata de uma maldição, apenas de algo que se formos pensar bem, não existe.
Eu não estou nem ai para o que os outros pensam de mim.
Não se trata de uma super confiança, mas sim de focar no que é bom, e não no que pode ser ruim.
Sobre a inveja, eu acredito que inveja é inveja, e não existe um tipo de inveja que seja construtiva.
O que é diferente de uma crítica, que nesse caso sim, existe a destrutiva e a construtiva.
Quem faz uma crítica destrutiva é muito provavel que tenha inveja sim. Isso acontece todos os dias por toda parte. Já uma crítica construtiva está ligada a uma admiração de um trabalho realizado.
Por fim posso dizer que não tenho inveja de ninguém. Fico feliz com o sucesso das pessoas, desde que a raiz seja boa, ou seja, que a pessoa não tenha feito nada errado para chegar onde chegou. Caso ela tenha feito, eu apenas penso que Deus perdoe, porque ela não sabe o que fez e o que faz. E todos sabemos que esse tipo de sucesso não dura.
A dica é: Admire o sucesso dos outros. Admire pessoas ricas e bem-sucedidas. Se você sente inveja é provável que nunca consiga ter ou construir nada.
A unica pessoa que “tem algo a perder” com a inveja é o próprio invejoso, que coloca suas energias na vida dos outros.
O que você chama de ‘inveja construtiva’, Leila, eu brinco com meus amigos que é a ‘inveja boa’… que é, talvez, a admiração que Katiero falou, que é a alegria pela conquista do outro e o desejo, não pelo que o outro tem, mas de um dia poder conquistar também, é a inspiração. Não é algo que causa ira, ou desconforto, ou desmerecimento ou qualquer tipo de sentimento negativo, pelo contrário, acho que te dá força.
Acho que indiferente do termo que se usa, o desejo é o mesmo de realizar suas metas… e, para isso, devemos nos ater em nossas atitudes. Não nos preocuparmos com possível inveja dos outros e não os colocar acima de nós mesmos.
É uma ótima reflexão.
Adorei a matéria! Talvez porque eu seja vítima da inveja de meus 2 irmãos. Isso me incomoda bastante, pois enquanto estou focada em minha vida,meu trabalho eles ficam olhando ou querendo saber o que tenho e até fazem piadinhas de mau gosto! Tiveram todas as condições para estudarem, mas não terminaram nem o Ensino Médio, enquanto eu fiz pós graduação, trabalho numa empresa que paga bem e tenho tudo que quero (que preciso), mesmo tendo uma vida difícil na adolescência(cheguei até a vender café na rua, para não passar fome). Eu nunca achei que conseguiríamos as coisas de maneira fácil, batalhei muito. Mas, meus irmãos gostam de dizer que eu tenho é sorte! Enquanto eles se preocupam com o que tenho, eu continuo batalhando.
Leila , inveja esta na cabeça das pessoas , a vida da gente, se é boa ou ruim , somos nós que fazemos , cada um é dono do seu proprio destino comprei um DVD seu e na minha casa todos te aplaudiram tudo que você coloca é a pura realidade.
um grande abraço da sua fã
Leni
Nao acredito que a inveja em nenhuma das duas formas descritas possa ter uma real interferencia na vida de uma pessoa. Acredito sim na capacidade de cada um se deixar influenciar, ou seja, depende somente de nos aceitarmos que a inveja interfira ou nao em nossa vida..
É verdade, a inveja existe sim, e permeia todos os níveis da sociedade,seja em corporações ou na vida cotidiana… Mas a coisa mais importante a se fazer é não perder o nosso foco, ignore o invejoso… pois eles costumam se alimentar dos nossos medos… a sim ficaremos como eles, parados e sem objetivos… eles se preocupam mais com a vitória alheia do que com sua própria derrota.
Um abraço. Também sou sua fã… acho que todos que tem a oportunidade de te conhercer são….
Maria
Nossa…dizer o quê ??? Sem comentários!!
Adorei isso. Aprendi muito a admirar as pessoas e quando tenho inveja construtiva ainda brinco com a pessoa que a invejo por tal coisa, mas não desejo seu mau. Peço a ela uma dica, explicações, caminhos para que ´possa provar esse mesmo bem. Nada além.
Não me sinto invejado. Não percebo a inveja ao meu lado. Aprendi a focalizar coisas boas e quando vejo o mundo só enxergo “POSSIBILIDADES”. Isso acaba com toda a inveja destrutiva.
simplesmente show…uma baita lição de vida tche!!!
Leila assiste uma palestra sua em Governador Valadares
MG onde moro e apaixonei,rs nunca mais te esquecí.
Para mim tudo que vc escreve é maravilhoso,me sinto
super bem quando leio qualquer um dos seus artigos.
Sobre inveja,eu acho que é muito bom alguém sentir
isto de vc,é sinal que estou fazendo algo,incomodo,
e quem não incomoda é porque é um zero a esquerda,
por isto adoro incomodar.
Um abraço Elzi…