Cidades inteligentes, empresas inteligentes: o que realmente faz a diferença?
Por Leila Navarro
A tecnologia sem confiança vira vigilância. O futuro não será feito por algoritmos, mas por atitudes.
Segundo pesquisas da Deloitte (2024), trabalhadores em empresas com alto nível de confiança são 50% menos propensos a deixar a organização, 180% mais motivados e 140% mais dispostos a assumir responsabilidades extras. Ou seja, o que mantém uma cidade viva (confiança) é o mesmo que mantém uma empresa de pé.
O comportamento como infraestrutura
Uma cidade pode ter sensores em cada esquina. Uma empresa pode ter inteligência artificial em cada tela. Mas se não houver confiança, colaboração e ética, toda essa inteligência se transforma apenas em vigilância.
Em Hong Kong e Singapura, a infraestrutura digital alcançou níveis impressionantes: mais de 90% dos serviços de transporte público aceitam pagamento digital, e a penetração de internet ultrapassa 90% da população.
No Brasil, segundo o Comitê Gestor da Internet (CGI.br, 2023), 91% das prefeituras já disponibilizam ao menos um serviço online aos cidadão, um avanço significativo. Porém, apenas 33% oferecem sistemas de agendamento digital, o tipo de serviço que mais exige integração e maturidade tecnológica.
A diferença entre estar conectado e estar verdadeiramente integrado não é apenas tecnológica, é comportamental e cultural. E nas empresas ocorre o mesmo. Elas até adotam ferramentas digitais, mas continuam presas a silos e microgestão.
Silos organizacionais são barreiras invisíveis entre áreas. Cada departamento protege seu território e trabalha isolado. O marketing não fala com vendas, o RH não fala com inovação e a informação não flui. É o oposto de uma cidade inteligente, onde transporte, energia e dados se comunicam para gerar fluidez.
A microgestão é o vício do controle. Líderes que tentam decidir tudo, revisar tudo, aprovar tudo. O resultado é o mesmo de um semáforo que precisa de autorização pra abrir: nada anda. O controle sufoca a inteligência coletiva.
Da Futurofobia à Futurotopia
A tecnologia pode criar medo ou confiança. Tudo depende do uso que fazemos dela. Quando cidades e empresas escolhem transparência, colaboração e propósito, deixam de reagir ao futuro com medo, a futurofobia e passam a construí-lo com visão, a futurotopia.
Estudos globais sobre cidades inteligentes, incluindo pesquisas do World Economic Forum e da UN-Habitat, mostram de forma consistente que os projetos urbanos mais bem-sucedidos são aqueles que envolvem a população nas decisões tecnológicas, e não apenas implementam soluções de cima para baixo. O mesmo vale para as organizações que envolvem suas equipes em processos de inovação: as soluções são mais criativas, humanas e sustentáveis.
A inteligência sensorial das novas organizações
As cidades inteligentes e as empresas inteligentes têm algo em comum: ambas começam com gente inteligente, emocional, sensorial e consciente. A nova fronteira da inteligência não é artificial. É sensorial: a capacidade de sentir, interpretar e agir de forma humana em um mundo automatizado.
O futuro não será feito apenas por algoritmos. Será feito por atitudes. E talvez, antes de buscarmos cidades e empresas mais inteligentes, precisemos de pessoas mais presentes.
Quer se aprofundar nesse assunto?
Descubra como a confiança pode ser o alicerce invisível que sustenta não apenas empresas e cidades, mas também relações, escolhas e caminhos de vida. Resgatar a confiança é reencontrar o eixo que nos mantém de pé, mesmo em tempos de incerteza, automatização e excesso de informação.
Te convido a revisitar experiências, transformar crenças e reaprender a confiar em você, nos outros e no futuro. É uma jornada de reconexão com o que há de mais humano em nós: a capacidade de confiar, mesmo depois das quedas.
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Sobre a autora
Leila Navarro é palestrante, futurista e exploradora do comportamento humano na era digital. Criadora do conceito de Liderança Sensorial e Futurotopia, um chamado à confiança, à consciência e à presença como tecnologias humanas.
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