O que você sabe sobre I.A? No mundo atual, a tecnologia permeia cada aspecto de nossas vidas, muitas vezes de maneiras que nem percebemos. Estamos familiarizados com os dispositivos e sistemas visíveis de inteligência artificial (IA), como carros autônomos, assistentes pessoais como Alexa e os vários gadgets de IoT (Internet das Coisas) que parecem saídos de um filme de ficção científica. No entanto, a IA mais poderosa é aquela que não vemos — aquela que opera silenciosamente nos bastidores, moldando nossa experiência sem um rosto ou forma definidos.
Durante um congresso recente que estive na China (WAIC – World Artificial Inteligence Conference) sobre tecnologia, ficou claro que enquanto muitos focam nas inovações tangíveis da IA, como robôs e exoesqueletos, há uma camada oculta que tem um impacto igualmente significativo.
Essa IA “invisível” coleta dados, aprende com nossos comportamentos e até nos sugere conteúdos que nem sabíamos que gostaríamos. Plataformas como Netflix e Google utilizam algoritmos sofisticados para analisar nossas preferências e nos apresentar opções que correspondem ao nosso histórico e interesses.
Por exemplo, ao assistir a um filme, a Netflix não apenas registra nossa escolha, mas também analisa nossa interação com o serviço ao longo do tempo para aprimorar suas recomendações. Esse processo, embora invisível, é uma parte crucial da experiência do usuário, garantindo que o serviço se mantenha relevante e envolvente.
Além do entretenimento, essa IA oculta influencia a maneira como as cidades são planejadas e geridas. As chamadas “Smart Cities” utilizam uma infinidade de sensores e dados para otimizar tudo, desde o tráfego até a gestão de energia e serviços públicos. Tais tecnologias permitem uma administração urbana mais eficiente, economizando recursos e melhorando a vida dos cidadãos.
No entanto, a conveniência trazida pela IA vem com um custo: a privacidade. Cada interação digital deixa rastros de dados que, embora utilizados para melhorar serviços, também podem ser vistos como uma intrusão. A discussão sobre o equilíbrio entre privacidade e conveniência é crucial, mas muitas vezes fica ofuscada pela fascinação com as novas tecnologias.
A futurologia, a ciência de prever e construir futuros possíveis, nunca foi tão relevante. Estamos num ponto em que não apenas imaginamos o futuro, mas ativamente o construímos com cada inovação tecnológica. Os radares de inovação nos ajudam a conectar os pontos entre o que é possível hoje e o que pode transformar a sociedade amanhã.
Nesse contexto, é fundamental lembrar que, enquanto a tecnologia abre portas, somos nós quem escolhemos passar por elas. A sabedoria chinesa resume bem: “Os mestres abrem as portas, vocês entram sozinhos.” Cada um de nós tem a responsabilidade de entender e decidir como a IA moldará nosso futuro.
A verdadeira questão é: estamos prontos para enfrentar as implicações éticas e sociais dessas tecnologias invisíveis que, dia após dia, definem a maneira como vivemos, trabalhamos e interagimos? Fica a reflexão. Continue me acompanhando para mais!
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Leila Navarro – Palestrante / Conselheira da Felicibilidade e da Futurabilidade / Nexialista & Gestão Biodigital
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