(Setembro Amarelo e a rebelião do sentir: a vida que não pode ser silenciada.)
Num mundo que valoriza tanto a performance, parar para sentir é um ato de resistência e talvez, de sobrevivência.
Por Leila Navarro.
O mundo hiperconectado
Vivemos cercados por dados, algoritmos e inteligências artificiais que nos entregam respostas em segundos. Máquinas calculam, organizam, preveem. Mas, nesse cenário de eficiência máxima, algo começa a faltar: nós mesmos. No meio de tanta tecnologia, corremos o risco de sermos reduzidos a funções, métricas e protocolos, esquecendo que existir é mais do que produzir.
O perigo da coisificação
Quando aceitamos ser tratados apenas como peças de um sistema, perdemos a dimensão mais preciosa do humano: a capacidade de sentir. O trabalho, muitas vezes, nos transforma em engrenagens de alta performance, mas desconectadas do corpo, da emoção e da presença. É assim que surgem os vazios silenciosos que o Setembro Amarelo nos convida a enxergar: não se trata apenas de prevenir o fim da vida, mas de resgatar a vontade de vivê-la plenamente.
A rebelião possível
A grande revolução do nosso tempo não é lutar contra as máquinas, mas afirmar o que elas jamais poderão substituir: nossa sensorialidade, nossa presença, nossa vulnerabilidade. Sentir é o ato mais subversivo diante de um mundo que tenta nos padronizar. Respirar com consciência, olhar nos olhos, escutar de verdade, gestos simples que se tornam rebeliões silenciosas contra a indiferença e a pressa que nos adoecem.
Descoisificar-se para existir
O Setembro Amarelo é um convite a essa descoisificação. Não somos avatares perfeitos nem algoritmos previsíveis. Somos presença em carne e osso, com emoções que não cabem em planilhas. Reconhecer isso é dar valor à vida, é criar espaços de escuta, acolhimento e afeto. É essa dimensão que nos torna insubstituíveis e que pode resgatar a potência criativa, colaborativa e empática dentro das empresas e da sociedade.
O futuro que escolhemos
Enquanto todos perguntam se a inteligência artificial vai nos substituir, a verdadeira pergunta é: vamos nós mesmos abrir mão daquilo que nos faz humanos? O futuro não será decidido pela tecnologia em si, mas pela coragem de cada um em permanecer inteiro, sensível e presente. No Setembro Amarelo, essa coragem se traduz em um gesto fundamental: escolher viver, sentir e estar de verdade.
Se você está passando por um momento difícil, lembre-se: você não está sozinho. Procure alguém de confiança e compartilhe o que sente. No Brasil, você pode ligar gratuitamente para o CVV – Centro de Valorização da Vida no número 188, disponível 24 horas por dia. Também pode acessar o site: www.cvv.org.br e encontrar apoio pelo chat ou e-mail.
Cuidar da vida é um ato coletivo: vamos juntos cultivar presença, escuta e acolhimento. Compartilhe esta mensagem com quem você ama. Setembro Amarelo é um convite para escolher viver.
Leila Navarro
Palestrante internacional | Pesquisadora de comportamento corporativo | Astronauta análoga | Futurista em Código Aberto
Leila Navarro é palestrante internacional com mais de 25 anos de carreira, especialista em comportamento organizacional e transformação humana. Foi certificada como astronauta análoga, atuando em missões extremas de liderança. Sua metodologia alia escuta, inteligência emocional e provocação estratégica para desenvolver líderes e culturas resilientes na era da inteligência artificial. Saiba mais em https://leilanavarro.com.br/curso-lideranca-presente/
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