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Você está em equilíbrio?

Por Leila Navarro,

O que você acha de surfar com um pé só e não usar os braços para se equilibrar? Isso exigiria muito esforço e tornaria tudo mais difícil, não? Pois é algo mais ou menos assim que muita gente faz com sua vida. Neste nosso mundo competitivo, onde o desempenho na carreira é tão valorizado, as pessoas se apóiam no aspecto profissional e esquecem que os outros também são importantes para mantê-las sobre a prancha. A vida parece fluir até que elas, exaustas, se desequilibram e tombam.

Mesmo para aquelas que estão na onda da sua vida, imbuídas pela paixão ou pelo sentido de relevância e cumprem o seu propósito, há o risco de se identificar tanto, mas tanto com o que fazem a ponto de deixar em segundo plano todo o resto: família, relacionamento amoroso, lazer, saúde, espiritualidade .

Devo confessar que isso aconteceu comigo. Quando comecei a carreira de palestrante, de tão entusiasmada que estava, nem percebia a vida maluca que levava. Vivia em avião para lá e para cá, sempre correndo para atender os compromissos das palestras e tocar minha empresa. Ao chegar em casa, continuava nesse pique. Quando me dava conta, estava dando palestra para meus filhos, a empregada, o porteiro do prédio. Comecei a ficar uma palestrante enlouquecida, que dava conferência onde quer que estivesse. No restaurante, se eu não fosse bem atendida, desandava a falar da importância do bom atendimento com o garçom. No banco, se houvesse algum problema com a minha conta, me punha a dar palestra sobre qualidade para a agência inteira. Eu me achava  palestrante e não enxergava mais os limites entre o meu eu profissional e os meus outros eus.

Nem me dava conta de como deixava os outros aspectos da minha vida em segundo plano. Certa vez fiz um check-up completíssimo e levei os resultados para a minha médica ortomolecular. Enquanto ela examinava aquela papelada, eu só via suas sombrancelhas se mexendo, como quem está lendo algo muito revelador. Então ela disse: “Leila, sabia que você teve uma pneumonia desde os últimos exames?” Rebati: “Pneumonia? Deve ser engano seu, nunca senti nada!” A médica continuou: “Vejo aqui que você pode estar com artrose. Suas juntas não dóem às vezes?” Respondi: “Imagine se eu tenho tempo de sentir dor”.

Naquela ocasião achei fantástico ter ficado doente (isso segundo os exames) e não sentir nada. Pensei: nada é capaz de me parar! Só fui me dar conta de como vinha negligenciando meus outros eus quando me apaixonei. Primeiro, relutei em aceitar que tivesse sido emocionalmente tocada por um homem. Toda vez que ele me vinha à cabeça, brigava comigo mesma: “Que bobagem, Leila, você não precisa de uma paixão. Sua vida está completa”. Meu ego resistiu até onde pôde àquele sentimento, mas enfim cedeu aos apelos do coração. Por ironia do destino, me reconheci apaixonada no dia 11 de setembro de 2004, quando todos lembravam o atentado a Nova Iorque, e dias depois confessei ao homem por quem estava irremediavelmente caída: “Você não é o Bin Laden, mas botou minhas torres no chão”.

Para encurtar a história, minha paixão terminou num desastre. Eu me identificava tanto com o meu eu-palestrante-empresária-de-sucesso que fui para cima do homem com a mesma objetividade e assertividade que empregava nos assuntos profissionais. Tentei “fazer acontecer” sem considerar que, nos assuntos do coração, fala-se pelo silêncio, age-se com sutileza, permite-se que o momento crie a oportunidade do encontro. Quis conquistá-lo, mas o que consegui foi afastá-lo. O fracasso amoroso me causou muita dor, mas mostrou claramente como eu vinha descuidando da inteireza do meu ser, que é muito maior do que a Leila palestrante. Até me apaixonar, achei que o sucesso profissional era suficiente para me fazer feliz e completa. Me fechei para um relacionamento amoroso, maltratei o meu corpo, restringi meus interesses a tudo que tivesse relação com o trabalho. Enfim, causei um grande desequilíbrio em minha vida e caí da prancha.

Infelizmente, acontece o mesmo com muitas pessoas. Basta ver quanta gente bem-sucedida profissionalmente tem problemas afetivos, dedica-se mais ao networking do que aos amigos ou arruma problemas de saúde por causa do stress de estar sempre em busca da autosuperação. O pior é que isso tudo é considerado normal, tão normal que, quando se deseja restabelecer o equilíbrio, as pessoas até estranham.

Um conhecido meu só faltou ser chamado de louco quando decidiu encerrar sua trajetória numa grande empresa, justamente porque dedicava quase toda sua energia ao trabalho e desejava dar mais atenção a outras áreas da vida que estavam em segundo plano. Ele era extremamente competente e bem-sucedido no cargo que ocupava, e por isso ninguém acreditou quando pediu demissão. Sua chefia, inconformada, tentou de tudo para fazê-lo mudar de idéia: ofereceu aumento, promoção, bônus, uma série de vantagens. Vendo que nada daquilo funcionava, os outros diretores da empresa começaram a fazer pressão psicológica sobre ele, dizendo que não aceitar a oferta era loucura, que seria muito difícil ele se manter no mundo lá fora etc e tal. Apesar de tudo, esse homem manteve sua decisão e não se arrependeu. Tornou-se consultor empresarial. Diminuiu a carga de trabalho, faz esportes, cuida de plantas, dá churrascos para os amigos, escreve livros e fica mais com a família. Desde que mudou de vida, parece que remoçou dez anos.

Outro ex-executivo que conheço resolveu pendurar as chuteiras aos 66 anos. Quando contava aos outros seu desejo de se aposentar e aproveitar mais a vida, lhe diziam: “Não faça uma coisa dessas! Se você parar de trabalhar, você morre.” Veja como é arraigado conceito de que a profissão está em primeiro lugar na vida das pessoas, a ponto de elas acharem que parar de trabalhar significa a morte! Pois assim mesmo o executivo parou e, para contrariar o palpites de todos, continuou bem vivo. Aliás, mais vivo.”Parei e não morri”, disse-me ele, satisfeito. Sabe onde o conheci esse homem? Num spa, cuidando da mente e do corpo.

Agora, vamos falar de você. Depois desses breves depoimentos que encontrou aqui, peço que reflita: com que aspectos de si mesmo está tocando sua prancha? Será que está tentando se equilibrar apenas com os esforços do seu eu profissional, deixando de lado as outras partes de você? Aliás, que outras partes suas você reconhece?

Falo por experiência própria: é preciso estar na prancha por inteiro. Para surfar com equilíbrio é preciso usar pés, braços, ombros, quadris, pescoço. Não dá para se economizar . É preciso que todas as nossas partes estejam em harmonia, trabalhando juntas em cada manobra, cada onda, cada momento da vida. É preciso que você esteja presente, que você esteja na prancha  para fluir .

Que emoções lhe fazem faltar com o respeito a si mesmo?

 

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