O que realmente importa?
Por Leila Navarro
Certa vez, eu falava sobre felicidade para um grupo de operários. Vi um homem lá no fundo do auditório levantar a mão e perguntar: “E a senhora sabe como é possível um homem trabalhar o dia inteiro na boca de um forno a 300 graus de temperatura e ser feliz?” Silêncio na platéia. Por alguns instantes, pensei no que dizer àquele homem, já que eu não aguentaria trabalhar nem por um minuto exposta a temperatura tão alta. Mas, antes que pudesse imaginar uma resposta, ele retomou a palavra: “É possível, sim, porque eu sou feliz!”
Imagino aquele homem quando chega em casa no final de um dia de batente, abraça seu filho pequeno e diz: “Filho, precisa ser muito macho para fazer o que seu pai aqui faz”. Imagino que ele deve sentir muito orgulho de encarar um trabalho tão árduo e receber, no final do mês, o dinheiro com que sustenta sua família.
Não importa como uma pessoa leva a vida. Se ela é feliz, é porque sente que tem relevância, que está fazendo o melhor possível e acredita em si mesma. Se ela é feliz, é porque sua alma está vivenciando exatamente aquilo que escolheu.
A relevância é importante, mas o que realmente importa aprendi com o antropólogo Carlos Castañeda, em seu livro A Erva do Diabo (Nova Era). Um dia, ele perguntou a Don Juan, seu mestre: “Mas como saberei se estou no caminho certo?” E o mestre respondeu: “Esse caminho tem um coração? Se tiver, o caminho é bom. Se não tiver, não presta.” Depois de ler essa passagem cheguei à conclusão de que só há decepção, sofrimento e dor quando estamos onde nosso coração não está.
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