Lembrem-se do filme Matrix e da escolha entre as pílulas vermelha e azul…
Você já teve aquela sensação de antes de dormir, olhar o celular e ser atingida (o) pela avalanche de notificações e informações decorrentes do dia e pensar: – Uau, como me sinto obsoleta (o)!
Parece que a obsolescência não é apenas para os dispositivos eletrônicos; tornou-se um sentimento cotidiano para muitos de nós.
Às vezes, acordamos pela manhã, esfregamos os olhos e, antes mesmo de agradecer por mais um dia ou esticar os braços em uma saudação ao sol, desbloqueamos o celular. Resultado? A sensação de obsolescência nos atinge mais rápido do que o aroma do café matinal.
A avalanche de informações, notícias, atualizações e memes nos faz sentir como se estivéssemos sempre um passo atrás. Até o ato de rezar parece uma versão beta desatualizada de gratidão!
No trabalho, entre uma tarefa e outra, o smartphone rouba a cena. No almoço, ao invés de saborear a comida ou conversar com os colegas, estamos lá: descendo por um poço de posts, tweets e vídeos. E, ao olhar para todos os avanços e novidades, nos perguntamos: “Por que estamos descendo tanto?”
E não é apenas sobre sentir-se obsoleto; é sobre o design intencional dessas plataformas. As redes sociais, aplicativos e afins parecem ter sido meticulosamente projetados para nos distrair. Quando nos distraímos, fugimos do autoconhecimento. A dopamina, liberada a cada nova notificação, nos mantém nesse ciclo vicioso de distração e busca por validação.
Lembrem-se do filme Matrix e da escolha entre as pílulas vermelha e azul. Nosso uso excessivo da tecnologia lembra essa escolha. Estamos, muitas vezes, escolhendo a pílula da ilusão, onde a autenticidade é ofuscada por filtros e a realidade é distorcida por algoritmos.
Não estamos propondo que joguemos nossos celulares no rio. O que sugerimos é um equilíbrio. Uma pausa para respirar e se reconectar. Por mais que a tecnologia avance, nós não somos máquinas. Não fomos programados para ser atualizados a cada temporada.
Se sentir obsoleto fosse um esporte, seríamos atletas olímpicos! Mas, ao invés de medalhas, o que ganhamos? Uma sensação constante de inadequação.
Então, que tal desplugar um pouco? Se reconectar com a natureza, com um bom livro ou com aquele hobby que deixamos de lado. A verdadeira conexão é a que fazemos conosco e com quem amamos.
Na próxima vez que se sentir “obsoleto”, coloque o celular de lado e escolha sua própria pílula. Lembre-se: o poder sempre esteve em nossas mãos, não na tela do smartphone.
E você, qual pílula vai escolher hoje?
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Leila Navarro – Palestrante / Conselheira da Felicibilidade e da Futurabilidade / Nexialista & Gestão Biodigital
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