Por Leila Navarro
Embora existam países com perfil tecnológico muito mais avançado, o impacto da revolução digital já é
observado no mundo todo. Profissões e carreiras são extintas, outras criadas e cabe aos profissionais manter
seus conhecimentos, habilidades e competências alinhados a era da futurabilidade
Outro dia fui a uma loja de lustres em São Paulo, e o dono do lugar, um homem de pouco mais de cinquenta anos foi quem me atendeu. Entre uma luminária e outra, acabei puxando assunto sobre as novas formas de negócios, a tecnologia e o mundo digital, temas que venho estudando atualmente. O homem ficou admirado com as conexões que comecei a explorar entre o comércio de luminárias e as diversas facetas tecnológicas impressas em produtos, serviços e até no atendimento ao consumidor. Boquiaberto, ele admitiu estar surpreso com o fato de uma “senhora” com mais de 60 anos falar naturalmente sobre tecnologias. Essa observação me fez pensar: se a revolução digital vai determinar como as pessoas vão se relacionar com as novas tecnologias em um cenário de mudanças cada vez mais aceleradas, o que será das pessoas que estão alheias a essa realidade?
No início de junho, desembarquei no aeroporto de Amsterdam, capital da Holanda. Meu destino era a Estônia, o país mais digital do mundo. Isso não foi por acaso. Por conta dos meus estudos sobre evolucionismo na era digital, programei essa viagem justamente para entender como é viver em um país ultraconectado. Com os pés em terra firme, logo me deparei com um gigantesco e impactante anúncio. Na imagem, um robô de última geração ao lado da chamada: “O seu portfólio está apto para o futuro ou customizado apenas para o passado? Em tempos de transformação, os negócios estão sendo remodelados para que se encaixem em oportunidades disruptivas. Quanto melhor a pergunta, melhor a resposta e assim o mundo trabalha melhor”. Aquele outdoor mostrava o caráter tecnlógico e visionário do país. E diz muito a respeito da conversa com o empresário da loja de luminárias. A tendência mundial é que o mundo esteja alicerçado em diferentes plataformas tecnológicas e os negócios, sejam eles pequenos, médios ou grandes, assim como os profissionais das diversas áreas, gostando ou não, terão que se ajustar para continuar no mercado.
No contexto da futurabilidade, a habilidade de lidar com as mudanças cada vez mais rápidas será o grande diferencial. As transformações indicam que ter uma atividade profissional dependerá muito da postura de cada profissional diante da nova realidade. Segundo estudo da consultoria McKinsey, o Brasil é um dos países com maior potencial de automatização de mão de obra. O mercado de trabalho passa por uma grande reestruturação, com velocidade cada vez maior. O analfabetismo digital deixará muita gente para trás e o outdoor mencionado acima anuncia uma realidade bem presente. O portfólio de habilidades e competências de cada profissional, assim como a estratégias competitivas de cada negócio devem se manter alinhados aos novos comportamentos da era digital.
No livro Virar o jogo – como agir no mundo das incertezas, o meu 16º título lançado em maio de 2018, considero que novas tecnologias vão impactar o mundo, a sociedade e a maioria dos negócios. No setor econômico nenhuma área de atividade estará a salvo das mudanças que virão. E é impossível se manter conectado aos novos cenários sem alterar a própria rotina. Para gerir um negócio, empreender ou até se manter em uma empresa é preciso ter visão de futuro e disposição para descobrir e aprender o novo. Aqueles que estiverem atentos ao movimento invisível da revolução digital podem conquistar novos espaços, quanto aos que se deixarem à mercê da sorte, sabe-se lá qual será o destino. O futuro é um caminho sem volta!
