Por Leila Navarro
Segundo Nietzsche, influente filósofo alemão do século XIX, “quem tem uma razão para viver é capaz de suportar qualquer coisa”. Quando uma pessoa tem paixão pelo que faz e expressa os seus talentos, não importa a quantidade de dinheiro que tenha, ela mantém o foco em seus objetivos. Isso não significa que não tenha de enfrentar dificuldades e superar obstáculos, mas quando finalmente atinge seus objetivos, é premiado com imensurável satisfação interior que compensa todos os sacrifícios que tenha passado e isso não tem preço.
Por outro lado, quem considera a sua atividade profissional apenas um meio de sobrevivência – enfadonho, desagradável, monótono – não pode, naturalmente, gostar do que faz.Hoje já não há espaço para pensar de forma segmentada,ou seja, em casa sou de uma forma e no trabalho de outra ou com dinheiro faço de um jeito e sem ele é totalmente diferente.
Vida pessoal, profissional, social e familiar traduz o perfil do seu estilo de vida! Ser feliz é um aspecto relevante no mundo corporativo.Um levantamento feito por pesquisadores norte-americanos aponta que cerca de 60% das pessoas com emprego regular tem interesses diferentes dos interesses das empresas em que trabalhavam.
Outros dados revelam que os problemas gerenciais, em sua grande maioria, estão relacionados com a falta de motivação e não com a competência. Isso significa que muita gente não identifica seus verdadeiros talentos e assumem posturas, cargos e propósitos que não são seus. Somos fruto do que pensamos, do que sabemos, do que sentimos e do que fazemos. Hoje, além de estarem conscientes desse fato, as organizações reconhecem a importância da contribuição de pessoas que integram harmoniosamente o pensar, o saber, o sentir e o agir.
Embora continuem valorizando os conhecimentos técnicos e teóricos de um especialista, elas buscam profissionais que agreguem outras características ainda mais valorizadas, como criatividade, flexibilidade, prazer, generosidade e afetividade,além de ter estilo de vida compatível com seus valores.
Posturas do tipo: “no trabalho sou uma pessoa bem diferente do que sou em casa”, ou “não levo problemas do trabalho para casa nem da casa para o trabalho”, antes até ditadas por profissionais em cargos de chefia, que preconizavam e se gabavam de não misturar vida pessoal com vida profissional, não fazem mais sentido. Não somos dotados da capacidade de ativar algumas qualidades em determinada parte do dia e não em outras. Ninguém é criativo apenas no trabalho, assim como ninguém é habilidoso apenas em casa.
Devemos ser criativos e habilidosos na vida! O profissional que faz o que gosta, coloca em prática os seus talentos e tem prazer em desenvolver seu trabalho, mantendo-se fiel aos princípios éticos de respeito aos seres humanos e à natureza. Ele sabe equilibrar suas responsabilidades na empresa com a importância do seu bem estar pessoal – passa tempo com a família, encontra os amigos, viaja e/ou pratica esportes.
Pesquisadores do mundo do trabalho acreditam que paixão e felicidade não estão associadas apenas à intensa experiência amorosa entre seres humanos e enfatizam a importância desses“estímulos” para todos os aspectos da vida. Eles garantem que esse sentimento constitui um fator determinante para o sucesso pessoal e também profissional. Cada vez mais as organizações estão buscando profissionais que se destacam por suas qualidades humanas e pela aptidão de aumentar seus recursos e suas potencialidades de forma contínua e integrada. Encontro muitos profissionais que confirmam esse posicionamento.Ao mesmo tempo, também vejo as empresas preocupadas com o bem estar físico mental e emocional dos seus colaboradores, em uma nova ordem de “recursos humanos” em que o colaborador não é mais visto como pessoa dividida entre profissão e vida particular.
As empresas modernas valorizam as pessoas harmoniosas e equilibradas, capazes de aliar à competência, à habilidade e à eficiência no trabalho também a alegria e a afetividade com que marcam sua vida, e, igualmente,levam para a vida pessoal o respeito e o empenho que dedicam ao trabalho – nesse cenário não cabe mais uma pessoa compartimentada e sim integrada em qualquer circunstância. A tendência mundial é unir trabalho e satisfação.
É comprovada que a produtividade aumenta em proporção direta à satisfação das pessoas envolvidas, uma condição que só traz benefícios: lucro, reconhecimento,realização, tranquilidade, alegria e bem estar. E, tudo isso, pode acontecer independentemente do saldo bancário. Pense nisto!
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